Negando a tradição naturalista, e toda a expressividade de teor romântico, a arte construtiva vislumbrou a aproximação de uma nova vida, dotada de maior rigor e racionalidade. Arte universalista, na qual a pintura, a escultura e a arquitetura convergiriam para o urbanismo e o design, fecundando a vida cotidiana com a clareza da razão geométrica e a lógica serial da produção industrial.
Linha, cor e superfície, nesse sentido, não são elementos abstratos, e sim concretos, e definidores de uma linguagem que foi ganhando cada vez mais importância no Brasil a partir dos anos 1950, baseada no despojamento e na economia formal. São os valores que pautam o conjunto de trabalhos apresentados aqui, aproximando a produção de um conjunto amplo de artistas construtivos e o mobiliário do Estúdio Branco & Preto, sediado em São Paulo na década de 50.
Tanto nos trabalhos de arte quanto nos de design, mostrados aqui na casa do arquiteto e designer Jorge Zalszupin, predomina a clareza estrutural, e um ritmo serial que não se esgota em grafismos, mas se expande no espaço com sofisticação e delicadeza.
Guilherme Wisnik